domingo, 24 de fevereiro de 2013

O vendedor de flores



                Seu nome era Augusto e ele chegava todo dia na Rua Albuquerque Lins em frente à estação de metrô Marechal Theodoro com o seu carrinho de flores.
                Ele era um homem Carismático. Dava-se muito bem com os clientes, como por exemplo, um casal de idosos no qual um comprava flores para o outro, mas sempre separados, - Augusto não sabia se mesmo que isso acontecia todos os dias, era uma surpresa ou apenas a rotina. Ou o homem que sempre estava embriagado e oferecia a flor para a primeira pessoa que encontrasse.
                Mas o X da questão é por que Augusto fazia aquilo. Por que ele vendia flores? Por falta de dinheiro? Por obrigação de seu amigo imaginário, Jonhson? Para sentir o cheiro das flores? NÃO, NÃO E NÃO. Ele fazia isso, pois gostava. Pois adorava poder contribuir com amores que transformam a cidade. Pois não tinha ninguém a quem amar. Não que ele fosse uma pessoa solitária. Ele tinha amigos, tinha família, mas não tinha uma paixão. Não tinha ninguém com quem sonhar. Ninguém para temperar sua vida. Para enchê-la de sentido. Ninguém para chorar.
                Ele não tinha ninguém para dar flores.