segunda-feira, 26 de maio de 2014

foi-se a minha última companhia
aquelas tristes lágrimas de nostalgia
deram adeus a nossos dias de alegria
e me deixaram a sós com a fantasia
de que você vai voltar um dia
que a gente vai durar pra sempre
e nosso passado vai se tornar presente
que foi tão amado e daí pra frente
fazer futuro sem muro entre nós dois
pra acabar de novo com tudo depois
e de novo vou sonhar com um  mundo
sonho que me mata em menos  um segundo

você já foi embora
sem ouvir meu peito que chora
as minhas lágrimas nas páginas
do livro da nossa história

agora todo dia só sento e deito
sonho com o próximo amanhã
onde o sonho levanta do leito

sexta-feira, 4 de abril de 2014

a paixão

A paixão é tipo de amor surdo cego e mudo 
e quanto as promessas de amor

não sabe se sente ou se mente

Quanto a seu carinho, é como o que se diz no natal
"melhor dar que receber" e se difere do amor maternal
por um tempero do gosto da duvida
cujo sem, o gosto é da vitória que se ganha sem luta
Por ser amor que se conquista
que enche a esperança de expectativa
de no meio da tempestade
ouvir um grito de terra a vista

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Lembranças da memória
                Eu estava andando pela rua quando de repente ouvi passos atrás de mim. Olhei pra trás só por curiosidade e vi que o barulho não era de passos, mas sim de folhas correndo ao vento. Correndo atrás de mim. Corri. Não, fugi. Se elas me pegassem seria o fim. O que será que elas fariam? Torturariam-me? Provavelmente tentariam me fazer contar o local de nossa base, mas estariam perdendo seu tempo! Eu não contaria! Havia de cumprir com o juramento!
                ...Mas espere. Qual era mesmo o local de nossa base?
                Essa é a questão que me aflige todos os dias antes de eu sair da cama. Esforço-me pra lembrar alguma coisa daquele tempo, mas só o que me vem à cabeça são alguns flashs de folhas corendo atrás de nós imitando uma perseguição hollywoodiana. Nós...
                Afinal, quem éramos? Quantos éramos? De meus companheiros também não me recordo de muita coisa. Lembro-me ainda de algumas de nossas batalhas contra os meninos do jardim botânico ou com os da Rua Paulo. O estranho é que as pessoas daquele tempo com as quais ainda mantenho contato faziam parte de nossos inimigos. Porém quanto a meus companheiros de base, nunca mais os vi. Nem sequer um soldado do nosso exército de três pessoas. Três? Será que era isso mesmo?

                Às vezes penso que minha memória funciona como uma gaveta onde se joga as coisas que se ganham como prêmio em barraquinhas de festa junina, para nunca mais serem encontradas. Nunca mais serem lembradas.