domingo, 3 de abril de 2016

um brigadeiro pra lá de bom



                Nos últimos dias, tenho aproveitado a madrugada enquanto tempo de produção e absorção cultural (assistindo o filme do Spirit, o do cavalinho, por exemplo). Bom, a de hoje não poderia ser diferente, mas foi.
                O fato é que as três da manhã, terminando de correr os olhos pelas últimas linhas dum livro que uma amiga me dera meses atrás, resolvi me arriscar no “mundo dos sonhos”, mas o velho sábio que guardava o portão para o tal do universo onírico, me barrou dizendo que não estava pronto para me aventurar em águas tão desconhecidas. Quase chorando pela recusa do ancião, resolvi dar uma fuçada na rádio pra ver o que tava passando de bom. Peguei um Lou Reed (walk on the wild side, https://www.youtube.com/watch?v=4wNknGIKkoA) e resolvi deixar naquela estação.
                Tentei novamente, agora ao som da voz aveludada do locutor, mas a resposta do velhinho que vestia uma fantasia de Merlim foi a mesma.
                Levantei e fui fazer um sanduíche semelhante ao que comera no jantar.
Sanduíche do Jantar
Sanduíche da madrugada
Pão francês
Pão de forma
Maionese de gengibre
Pasta de abobrinha
Pasta de abobrinha
Peru
Peru


                Ainda com fome, daquele tipo que, no meio do tédio da madrugada, ataca a cabeça e o estômago, resolvi que combinaria meu desejo alimentício a algo que ocupasse meu tempo de forma a estimular minha criatividade.
                -Brigadeiro? – Perguntei.
                -Brigadeiro. - Respondi com aquele tom frio e impositivo de quem quer brigadeiro.
                -Panela? Não tem, serve uma frigideira? Pega uma funda. Tá aqui. Liga o fogo. Bota a manteiga. Abre o leite condensado e joga lá. Abaixa o fogo, rápido, ta fazendo muito barulho, alguém pode acordar. Taca o Toddy. Bota um pouco de café. – Fui falando comigo mesmo e devo admitir que deu bem certo. O brigadeiro ficou “supimpa”.
                É... É engraçado como uma história acaba sem ter um fim. Quer dizer, o que mais eu poderia dizer? Tudo que eu queria era contar a história de um brigadeiro, e contei, mas ainda assim, o texto teve um fim tão suspenso, como se eu tivesse esquecido a manteiga e o brigadeiro tivesse ficado grudado na frigideira que usei por falta de panela...
                Mas não, eu botei a manteiga sim, me lembro bem disso. Bom, sei lá, acho que é só jogar o dedo na tecla, “desenhando” um ponto na tela.

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